O Propósito e a Importância da
Oração.
Cameron V. Thompson, no seu livro The Master Secrets of Prayer
(“Os Principais Segredos da Oração”), usou esta
ilustração: “Uma pobre alma ingressou na escola de oração depois de chegar ao inferno.
Pediu alívio para a sua agonia; foi rejeitada. Pediu que um mendigo advertisse os seus
irmãos; foi-lhe recusado. Dirigiu sua
oração a Abraão, um homem; não conseguia localizar
Deus. Não ousou pedir para sair, pois entendia claramente que estava além de qualquer esperança. Ele é o homem que não orava na terra, não foi respondido no inferno e que
continuará sofrendo, porque tentou aprender a orar tarde demais”
(Veja Lucas 16.19-31). Ao vermos a decadência moral e o afastamento de Deus na sociedade
e na igreja, nenhum cristão sério duvida da
necessidade de um poderoso avivamento, vindo dos céus, que abalará a igreja atual até os
seus alicerces. Isso trará uma purificação e uma outorga de poder que virarão as nações pelo
avesso, de tal modo que o nosso modo de vida atual será visto como totalmente inaceitável
diante de um Deus santo. Isso se torna cada vez mais urgente, “tanto mais quanto
vedes que o dia se aproxima” (Hb 10.25; Ap 22.12). Torna-se imperativo, portanto, para a igreja de Jesus dobrar os
seus joelhos em obediência e oração. A cultura
hoje está tão embriagada com sexo e diversões obscenas, tão orgulhosa de sua “mente aberta” e
liberal que qualquer pensamento mais sério a respeito de Deus é totalmente excluído.
A.W. Tozer tinha razão quando disse: “O mundo ocidental segue rindo e se divertindo,
enquanto caminha diretamente para o inferno”.A Relação entre Oração e
Avivamento Wesley Duewel, no seu livro Revival Fire (Fogo do Avivamento),
diz: “Na história da Igreja, cada vez que veio um
avivamento, primeiro houve um período prolongado de oração e busca da face de Deus por
alguns dos seus filhos”. É por isso que queremos entender qual a oração que consegue obter a
atenção de Deus. Sabemos que há uma relação íntima entre oração e obediência. Podemos
perguntar: “O que é mais importante?”
ou: “O que vem antes, a obediência ou a oração?”
Para isso, precisamos olhar na Escritura e ver o que Deus diz.
Somente Nossa Obediência é Aceitável a Deus
A Escritura nos mostra claramente que o trabalho e a carga do
Espírito Santo é levarnos a Cristo, revelando assim seu amor, sua beleza e sua
santidade. Isso resulta em nós dua coisas: seguirmos a ele bem de
perto e obedecermos-lhe completamente, abandonando tudo nas nossas vidas que não vem
dele.
– A Oração
Ele nos atrai. Nós desejamos segui-lo em completa obediência.
Queremos conhecer aquele que nos amou e nos
libertou do pecado. Nosso maior desejo, agora, é estar na sua presença e ter comunhão com ele.
Isso é oração.
Observe: Samuel, quando ainda menino, orou assim no templo: “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve”
(1 Sm 3.9-10; veja também Hb 4.16 e Fp 4.6). Nota: O exercício ou o ato de orar significa muito pouco se não estiver acompanhado de um espírito submisso e obediente,
um homem humilde vê a si mesmo como Deus o vê e não fica feliz com o que vê, o
que o força a se voltar para Cristo (Lucas 18.13 ;
1 Pe 5.5).
Cuidado
O primeiro capítulo de Isaías, do
início ao fim, trata com essa situação. Muitos dos filhos de Deus andavam pelos seus
próprios caminhos, confiando na sua relação com Jeová como um cartão de crédito válido
para receber bênçãos do Senhor “à vontade”. Não pareciam compreender que eram
descritos por Deus como um povo “carregado de iniquidade”, com uma cabeça “toda
doente”, tendo “contusões e chagas inflamadas” desde a planta do pé até à cabeça (Is
1.4-6). Deus rejeitou seus sacrifícios
e sua adoração por serem hipócritas e disse: “Quando
estendeis as vossas mãos em oração, escondo de vós os meus olhos; sim, quando
multiplicais as vossas orações, não as ouço...” (Is 1.15). Entretanto, mesmo diante desse
tipo de evidente frieza, desobediência
e rejeição dos seus apelos, Deus lhes disse:
“...ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a
neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes,
e me ouvirdes, comereis o melhor desta
terra” (Is 1.18-19). os cristãos hoje em dia estão iludidos quando pensam que,
enquanto estiverem orando e praticando as formas
exteriores de adoração, eles têm o direito de ir para Deus com suas necessidades, grandes ou
pequenas, e que Deus tem a obrigação de ouvir e atendê-los. Contudo, ele diz
muito claramente que se houver pecado no meu coração “o Senhor não me ouvirá” (Sl 66.18).
Ele ouvirá, sim, os clamores daqueles que realmente querem voltar para ele (Ml 3.7) e
que estão determinados a andar com ele de ora em diante. Somente o nosso Deus poderia ser
tão amoroso, paciente e pronto a perdoar. Leia as suas palavras em Oséias 14.4: “Eu curarei a infidelidade
deles e os amarei de
todo o meu coração, pois a minha
ira desviou-se deles”
Oração em Relação ao Avivamento?
Leonard Ravenhill, no seu livro Revival Praying (“Orando Para
Avivamento”), faz uma pergunta que precisa ser
respondida hoje. “Estamos nós, os que ainda temos as brasas vivas no nosso altar, nos
comparando com os altares apagados das igrejas vizinhas, ao invés de avaliar o ardor de oração dos
santos de gerações passadas? O mundo alardeia o seu poder atômico, alguns
cultos se vangloriam do seu poder satânico, mas onde estão aqueles que buscam o poder do Espírito Santo?”Com frequência, substituímos a oração por excessivas atividades
religiosas, quando Deus deseja
gravar dentro de nós o “aquietai-vos e
sabei que eu sou Deus” (Sl 46.10). Alguém disse que quando Deus
pretende exercer grande misericórdia sobre o seu povo, a primeira coisa que faz é levá-lo
à oração. Somente quando alguns dentre o povo de Deus se dispõem a orar até que Deus
quebre o casulo da zona de conforto do homem é que podemos esperar uma visitação do
trono de Deus. Isso pode levar dias, ou até meses, mas a promessa de Deus será cumprida:
“Derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca” (Is 44.3).
Brian Edwards disse: “Os homens que Deus usou em avivamentos
sempre tiveram um elevado conceito de Deus e
foram hipersensíveis ao pecado, muito antes do avivamento começar. Provavelmente, a nossa
falta de oração hoje, juntamente com a ausência de santidade nas vidas dos líderes
cristãos, tem convencido a Deus de que não estamos muito sérios quando pedimos que nos
mande um avivamento”.
Oração nas Hébridas
Duncan Campbell [evangelista no avivamento das Hébridas em 1949]
relatou os acontecimentos nos dias que
antecederam o avivamento: Era a reunião semanal de oração.
Tinha havido uma intensa oposição ao Evangelho no vilarejo e, embora
muitos tivessem vindo de outros locais para
participarem das reuniões, havia
pouquíssimos da própria localidade. Um líder da igreja sugeriu que fossem orar, e umas
trinta pessoas se dirigiram para a casa de um fazendeiro simpatizante. A oração
era difícil, mas, lá pela meia-noite, Duncan voltou-se para o ferreiro local que até
então estivera calado e lhe disse: “Sinto que chegou a hora de você orar”.O homem orou por cerca de meia
hora, porque em avivamentos o tempo não é levado em conta, e finalmente
encerrou sua oração com um desafio ousado: “Deus, tu não sabes que a tua honra está em
jogo? Tu prometeste derramar torrentes em terra seca, mas isso não está
acontecendo”. Por um momento, houve uma pausa, mas em seguida, ele concluiu: “Deus, a
tua honra está em jogo, e eu te desafio a cumprir os
teus compromissos de
aliança”.
“Naquele momento”, lembra Duncan
Campbell, “toda aquela casa de pedra tremeu como uma folha”. Um dos
presbíteros achou que era um terremoto, mas Duncan se lembrou de Atos 4.31:
“Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos...”Duncan Campbell
ministrou a bênção, e eles saíram da
casa. Eram duas horas da madrugada, mas todo o
vilarejo estava aceso, incendiado por Deus. Homens e mulheres carregavam cadeiras e
perguntavam se havia lugar para eles na igreja!
(De Revival, A People Saturated
With God, de Brian Edwards – Avivamento, Um Povo Saturado por Deus). Pergunta: Será que temos uma base
em oração para poder desafiar Deus dessa maneira?
Pode Alguém Orar pelo
Avivamento?
A resposta é sim! Entretanto, a pergunta deveria ser: Quem pode
mover Deus para que envie o avivamento? No Salmo
24.3-5, o salmista pergunta: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no
seu santo lugar? O que é limpo de mãos
e puro de coração” – aquele que está
totalmente entregue a ele. Ou seja, quem está qualificado para orar é aquele que perscrutou o
seu coração diante de Deus, recebeu purificação e agora está apto a chamar a presença do
Espírito de Deus sobre o seu povo.
No versículo cinco, ele afirma que tal pessoa será ouvida e
receberá a bênção do Senhor. Isso se refere ao poder
do Espírito Santo. É a bênção, não uma bênção. Aqui o nosso relacionamento pessoal com Deus
assume uma importância primordial. Deus ouve as orações daqueles que têm um
relacionamento com ele por meio do sangue e não estão em divergência com um irmão ou uma
irmã em Cristo. Divergência sempre causará um bloqueio na nossa oração (Mt
5.23-24).
Alguém disse: “Corações manchados que comandam mãos manchadas não
podem utilizar os recursos de Deus”. A
pergunta é: O nosso relacionamento com Deus é pra valer? Estamos prontos a pagar o preço
do avivamento? Sabemos que a oração é dispendiosa e exigente. Em outras palavras,
requer perseverança. Implica negar-se a si mesmo – morrer todos os dias, voluntariamente.
Deus Responderá Nossas Orações?
Como filhos de Deus, podemos escolher entre orar eficazmente e
apresentar desculpas. Frequentemente,
escolhemos a saída humana e mais
simples, oferecendo desculpas por nosso fracasso em
tocar em Deus. Por exemplo, é porque estamos cansados.
Não tivemos tempo para orar.
Apontamos para a frieza ou os problemas na nossa família e igreja, ou para a época em que
vivemos como motivos da nossa falta de oração. Até mesmo alguns pastores e missionários
são ousados a ponto de pôr a culpa em Deus, dizendo que já que Deus é soberano, não deve ter
chegado a sua hora de descer do céu com fogo.
Será que não é porque o “nosso armário está vazio”? Porque a
frieza tomou conta de nós? Será que o pecado embotou
a nossa sensibilidade à voz de Deus? Temos tantos deuses deste mundo que não há
mais tempo nem energia. Se abrigarmos na nossa vida algo que sabemos ser pecado, isso
definitivamente nos impedirá de orarmos
a Deus (Sl 66.18). Isaías disse ao povo de Deus:
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os
vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2).
Conclusão
Deus está buscando uma pessoa e um povo que sejam sérios, sedentos e desesperados por uma poderosa
visitação divina sobre nós.
1. Ele exige que as mãos e os corações de tais pessoas
sejam limpos diante de Deus e diante dos homens (Sl
24.1-5).
2. Uma vez que as condições estabelecidas em 2 Crônicas
7.14 sejam atingidas, Deus procura aqueles
que vão orar, esperar e confiantemente aguardar que Deus cumpra a sua promessa. Acreditamos que Deus cumprirá a
sua promessa de voltar-se para nós, se nós nos tivermos voltado a ele total e
incondicionalmente? (Ml 3.7). A resposta é Sim, ele será fiel à sua promessa! Deus está mais
ansioso para vir ao seu povo num maravilhoso avivamento de purificação e visitação divina do
que o seu povo está para se entregar totalmente a ele! Se realmente queremos ver Deus descer com fogo purificador sobre nós e sobre todo o seu povo, será que estamos
prontos a nos gastar por muito tempo diariamente em oração? Lembremo-nos de que Deus
nos pediu para nos humilharmos diante dele e orarmos. Então Deus ouvirá do céu
(2 Cr 7.14).
De Revival – God’s Proven Method of Awakening
His Church (Avivamento – Método Provado de Deus para o
Despertamento da Sua Igreja), de Edgar H Lewellen.
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